quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Persona Verdadeira



Naquele dia com aquela brisa, recebeste o olhar e, daquela brisa nunca mais saíste.




"O que passava em sua cabeça quando decidiu pegar o telefone dele e digitar seu próprio número ali? o que era? algo do tipo "não tenho nada a perder!" ou "vamos ver no que vai dar!" quem sabe o "será" apareceu em uma forma de luz surgindo no final de túnel que até então, parecia ser interminável... a mesma luz que você significou para ele..."






Era um casal feliz aparentemente, não que houvesse alguem para dizer isso além da familia dela e de mais três ou quatro amigos, no qual o casal via pelo menos uma vez em dois meses. Eram solitários, mas ela tinha ele e ele tinha ela... ou era o que parecia.



Ele certamente a tinha, por mais que ele se privasse daquilo que mais amava em si para "continuar" seguindo a rotina dos últimos anos, ele a via feliz, mas ele era um boneco, um robo no qual a felicidade deixara há muito tempo.



Ela não sabia disso, era muito feliz ao lado do manequim que criara. Ele aprendeu a se vestir adequadamente, deixou pra trás seu all-star e camisas horriveis de alguma moda que ele mesmo inventara. Ele tambem havia parado de dizer coisas sem sentidos, histórias que ele começava a inventar de pessoas que ele nem conhecia, ele parou. Parou com o maldito bar com os amigos e isso é bom, porque ela sempre os achou um bando de vagabundos que só sabiam falar de futebol e mulheres, além do mais, porque gastar dinheiro com cerveja em bar? Mas ele ainda gasta algum com seu maldito video-game, aonde ele gosta de ficar por mais de uma hora em frente, que absurdo! Graças a Deus, seu blog e livro tambem já iriam pelo ralo em pouco tempo, o que faria ele, totalmente ela e seria felizes para sempre!



Nunca tiveram filhos e quando morreram, ela morreu feliz e completa, foi pro céu, como todas as almas que conseguem cumprir todos os objetivos que seu corpo julgou necessário. Ele foi pro inferno, por toda mentira que viveu, por ter abandonado seu verdadeiro espiríto e se transformar num ser sem máscara, sem verdade, sem Persona.






O ser humano em 95% das vezes que se apaixona, cria uma máscara mentirosa para agradar seu parceiro, acabamos por sendo um com ela(e), mas outro com os amigos e com a familia. Com o tempo, essa mentira se torna insuportável e você começa a aplicar sua verdade dentro daquele relacionamento, o que dá início ao desamor. Seu companheiro não conhece você, conhece sua outra máscara, ele não vai gostar dessa "mudança". É quando acaba a paixão, quando um começa a querer "modificar" o outro, gerando o Caos.






E se aparecermos para aquele primeiro encontro sem máscaras? um surgir para o outro, cru e nu! O ser você mesmo nessa hora pode certamente não resultar num primeiro beijo e essas duas pessoas nunca mais se verem. Mas quando encontramos esse alguem que se apaixona pela nossa própria máscara, o destino não será apenas o de um simples beijo, dando lugar a algo que não seremos capazes de descrever. Seremos amigos, que não devem nada um ao outro, se amam exatamente pelas virtudes e defeitos de ambas as partes, é como um casal deve ser.






O ato de ser a verdade pura para o outro, acontece raras vezes e quando acontece, pelo o que vi até hoje de casais assim, faz pensar que a verdadeira felicidade está atrás de um aperto de mãos, um abraço e um beijo!






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