sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cebolas Sempre Farão Você Chorar

" O homem nunca aprende que bricar com o que não conhece é mais perigoso que ignorar o desconhecido. Dessa forma, com suas máquinas, pesquisas e experiências, moldam ao seu bel prazer os rumos que a natureza toma. Mas talvez a humanidade faça isso de proposito. Fazer o papel de criador, juiz e executor talvez os faça sentir-se mais próximo de Deus..."




Ela espera um olhar, um olhar que possa lhe trazer aquela injeção de animo que todos precisam nesses dias de Sol sem Sol, calor sem calor, frio sem frio e chuva sem chuva. É feriado, alguns parecem felizes, mas na maioria, ela apenas enxerga o vazio, esse vazio que a ataca com olhares, atos e palavras. Com o tempo, nasce uma energia má dentro dela, dentro de todos.


O sorriso acaba, a musica acaba. Aqueles que compartilham seu medo habitual, sentem essa "energia ruim" que ela emana, essas pessoas próximas, ainda tentam anima-la, em vão.


È dificíl porque essas "cebolas" que ela colhe, são as mesmas dos últimos dez anos. Ela corre, foge, pula aquele alto muro, cai na estrada e corre sem destino. Corre, corre, corre até atropeçar e cair, ali, ela fecha um pouco os olhos e inevitávelmente, entra no sono do cansaço. Mais tarde, ao acordar, retorna aos muros do calabouço novamente, esse calabouço que há tanto tempo a prende.


Então, desgastada pelos inumeros fracassos, ela perde a coragem. A coragem de encarar seus demônios, de escalar aquele muro, ou a coragem de correr, sozinha pela estrada escura. Pela primeira vez, ela se vê acorrentada para todo o sempre, abaixa a cabeça e concorda que é isso mesmo.


Com o tempo, os pulsos irão parar de doer, a visão irá se adequar ao escuro e o calabouço não será tão ruim assim. As lágrimas caem apenas pelo fato de ela estar só, pelo medo da solidão que cobre e destrói a humanidade. Lágrimas das cebolas que ela ainda terá que colher.

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